O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve reconhecer o vitorioso nas eleições americanas tão logo o resultado seja anunciado, seja o republicano Donald Trump, seja a democrata Kamala Harris, asseguram interlocutores. Embora a promessa do petista seja a tônica na comunidade internacional, essa postura difere da adotada por Jair Bolsonaro (PL) em 2020.
À época, o então presidente do Brasil levou 38 dias para reconhecer a vitória de Joe Biden sobre o aliado Trump. A justificativa foi a de que Bolsonaro esperou o Colégio Eleitoral ratificar a totalidade de votos apurados. Na ausência de uma autoridade eleitoral nacional, é praxe o resultado nos Estados Unidos ser reconhecido antecipadamente por projeções de institutos e meios de comunicação.
Lula afirmou publicamente que torce por Harris e, nos bastidores, avaliou que o desfecho da disputa pode ter impacto maior sobre o humor do eleitorado brasileiro do que a recente corrida municipal. Para o presidente, uma eventual vitória de Trump daria reforço ao bolsonarismo no Brasil.
A apuração americana será acompanhada pari passu pela embaixada do Brasil nos Estados Unidos, comandada por Maria Luiza Viotti, em contato direto com o Itamaraty. A assessoria internacional da Presidência da República, liderada por Celso Amorim, não escalou um integrante para estar em solo americano nesta semana.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.