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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Lula diz a aliados que teve ‘livramento’ ao cair no banheiro dias depois de encontro com evangélicos

Presidente usa expressão religiosa para se referir ao fato de não ter ficado com sequelas após acidente doméstico

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Foto do author Vera Rosa
Foto do author Eduardo Gayer

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que teve um “livramento” por não sofrer nada mais grave ao cair e bater a cabeça no banheiro de sua suíte, na noite de sábado,19, no Palácio da Alvorada. Lula fez o comentário após passar por novos exames médicos, nesta terça-feira, 22, e saber que está “apto a exercer sua rotina de trabalho”.

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Dois aliados do presidente afirmaram à Coluna do Estadão que ele recorreu à expressão “livramento”, muito usada em contextos religiosos, ao lembrar que, quatro dias antes da queda, havia recebido orações no Palácio do Planalto.

Lula se referia ao encontro que teve na terça-feira, 15, com integrantes da bancada evangélica no Congresso, quando sancionou a lei que criou o Dia Nacional da Música Gospel. O governo tenta se aproximar dos evangélicos, segmento que, em sua maioria, apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula recebe oração da bancada evangélica, puxada por Otoni de Paula, que era aliado de Bolsonaro. Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação Presidência

Na ocasião, vários parlamentares com as mãos erguidas, tendo à frente o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) – que por anos integrou a tropa de choque de Bolsonaro –, fizeram uma oração por Lula e entoaram cânticos religiosos.

“Caldo de galinha e oração não fazem mal a ninguém”, disse Otoni de Paula. “E nós pedimos a Deus para abençoar o presidente.” Na cerimônia do Planalto, o deputado chegou a agradecer Lula por ter sancionado a Lei da Liberdade Religiosa, em 2003.

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Após o encontro, Otoni foi alvo de uma saraivada de críticas de líderes evangélicos, que o acusaram de “traição”. Afirmou, porém, que, embora seja opositor do PT, a igreja não pode ser nem bolsonarista nem petista. “Mas o bolsonarismo acabou tomando a pauta das políticas públicas dos parlamentares, tentando se passar como representante da igreja”, protestou ele.

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