O PSOL começou a distribuir ‘jornais’ com manchetes pró-Guilherme Boulos e foi novamente acionado na Justiça Eleitoral por campanha antecipada em São Paulo. A ação, protocolada no Ministério Público Eleitoral, é assinada pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil), que também é pré-candidato. O diretório municipal do PSOL nega qualquer irregularidade.
Na ação, Kataguiri afirma que o jornal “é um mero panfleto político” e escancara “campanha eleitoral antecipada”. O deputado alega que o material pode ser enquadrado como infração à lei eleitoral porque ela veda não somente o pedido de voto explícito antes do início da campanha eleitoral, que começa em agosto, mas também termos e expressões que transmitam o mesmo sentimento.
O material impresso traz chamadas como “Lula é Boulos”. O texto reforça a estratégia da legenda de associar seu pré-candidato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O material foi elaborado nos termos previstos em lei e apresenta conteúdo informativo político-partidário para a cidade de São Paulo em consonância com o material da propaganda político-partidária veiculada em rádio e TV. Quem faz campanha antecipada é o prefeito (Ricardo Nunes), que usa os bolsonaristas do MBL como linha auxiliar na pré-campanha”, afirmou o presidente do diretório municipal do PSOL, Gabriel Gonçalves, à Coluna do Estadão.
O presidente do diretório municipal do MDB, Enrico Misasi, saiu em defesa do prefeito e afirmou que Boulos e seus correligionários “têm dificuldades em separar o que é público do que é privado”. Ele também classificou o pessolista como “invasor de propriedades” que se “beneficia de dinheiro público para o interesse privado de sua candidatura.” Questionado sobre a fala do emedebista, o PSOL afirmou apenas que manteria a posição dada por Gabriel Gonçalves.
Boulos foi acusado de campanha eleitoral antecipada algumas vezes. Começou quando distribuiu leques com o trocadilho “fica, vai ter bolo”, durante o Carnaval. A ação, movida pelo Novo, foi julgada improcedente na primeira instância, mas a legenda apresentou recurso, que aguarda deliberação.
A maior polêmica, porém, ocorreu no 1º de maio, quando o presidente Lula pediu explicitamente votos ao deputado pessolista, o que gerou reação jurídica de todos os adversários do parlamentar na capital paulista. O discurso de Lula pedindo voto a Boulos foi apagado do canal oficial da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e também do perfil do presidente petista no X, antigo Twitter.
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