O presidente Lula está diante de um campo minado no Congresso esta semana. A pauta inclui votações que podem implodir a meta fiscal, se o Centrão recuar nos acordos feitos com o governo antes da escalada da crise envolvendo o ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A maior preocupação no Planalto é que deputados e senadores recuem nas tratativas e derrubem totalmente o corte de R$ 5,6 bilhões nas emendas de comissão. Com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no exterior, a tensão governista aumenta, pois fica mais difícil o diálogo com os parlamentares. Resultado: há incerteza, também, nos rumos dos projetos de lei da reoneração da folha salarial das prefeituras e do fim gradual do Perse, tudo na agenda desta semana.
O veto do presidente Lula ao projeto de lei que acaba com as saidinhas dos presos também desagradou a maioria dos congressistas, incluindo a base aliada. E tudo vai se refletir na pauta das duas Casas. A temperatura começará a ser medida na reunião do colégio de líderes da Câmara, nesta terça-feira, 16.
Em meio ao clima hostil, dois ministros que estão no alvo das críticas da oposição estarão em audiências públicas: Ricardo Lewandowski (Justiça), na Comissão de Segurança, e Nísia Trindrade (Saúde), na Comissão de Assuntos Sociais. Além deles, o ministro José Múcio (Defesa) e os comandantes das três Forças estarão na Comissão de Defesa.
Não bastasse a tensão com todos esses movimentos, a falta de força em pautas consideradas caras para a esquerda do presidente Lula também estará em evidência nas votações da PEC que criminaliza porte e posse de qualquer quantidade de drogas, programada para o plenário do Senado nesta terça e do pacote anti-invasões de terras programado para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
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