O presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu indicar o advogado Antônio Fabrício de Matos Gonçalves para a vaga aberta no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Integrante do grupo de advogados progressistas Prerrogativas, Gonçalves tinha apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e agora terá de ser sabatinado e aprovado pelos senadores para tomar posse.
A decisão vem em meio à crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso após o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender em caráter liminar, a pedido do governo, a desoneração da folha de pagamento dos municípios e de empresas de 17 setores da economia. A medida havia sido aprovada pelos parlamentares.
Lula assinou a indicação de Gonçalves na tarde desta terça-feira junto aos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Luiz Marinho (Trabalho). O encontro não constava da agenda oficial.
À Coluna do Estadão, o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, afirmou receber a notícia da indicação de Gonçalves “com imensa alegria”. “Foi um verdadeiro presente para o tribunal e advocacia progressista na semana do trabalhador”, afirmou o advogado.
Como mostrou a Coluna do Estadão, a disputa pelo TST foi marcada por padrinhos de peso. Gonçalves era o nome do Prerrogativas e de Pacheco, mas o primeiro colocado na lista tríplice da Corte foi o advogado alagoano Adriano Costa Avelino, apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Pesou contra Avelino o fato de já ter defendido, no passado, guilhotina para Lula e para a ex-presidente Dilma Rousseff.
Depois de ter preterido seu candidato ao Supremo Tribunal Federal (STF), que era Jorge Messias, o Prerrogativas já emplacou duas ministras do TSE, Vera Araújo e Edilene Lobo, e, agora, um ministro no TST na véspera do Dia do Trabalhador.
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