O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está decidido a devolver aos militares a responsabilidade por sua segurança. Mas, como não quer entrar na briga de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal (PF), vai apenas deixar caducar a medida que criou a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata. O órgão será extinto automaticamente depois de 30 de junho.
Lula foi convencido de que com a sua segurança pulverizada, dividindo funções entre militares e federais, ele não saberá nem a quem demitir se houver algum problema. Segundo interlocutores, faltava o presidente convencer a primeira-dama, Janja da Silva, que não se sente confortável cercada de militares.
Desde a transição e, principalmente depois dos atos de 8 de janeiro, o casal presidencial deixava clara a desconfiança em parte dos membros das Forças Armadas, devido à ligação deles com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O clima começou a mudar após a enxurrada de demissões no GSI, em abril, para tirar os bolsonaristas da estrutura.
Um dos ministros palacianos avalia, porém, que a abertura para uma relação de confiança começou antes. “O marco temporal da nova relação de Lula com os militares foi a mudança no comando do Exército, quando assumiu o general Tomás Miguel Paiva”.
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