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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Malafaia lança ofensiva para tirar voto evangélico de Marçal mas nega fazer campanha para Nunes

Levantamento da USP realizado no 7 de Setembro mostra que 48% do público que quer o ex-coach como sucessor de Bolsonaro em 2026 segue religião evangélica; pesquisa foi feita considerando os nomes do influenciador, de Michelle e de Tarcísio

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Foto do author Pedro Lima
Foto do author Carolina Ercolin

O pastor Silas Malafaia intensificou os ataques a Pablo Marçal (PRTB) e iniciou nova ofensiva nesta quinta-feira, 12, para tirar votos evangélicos do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo. Mas ele negou à Coluna do Estadão que a estratégia signifique que esteja fazendo campanha para o prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Nunca participei de campanha com Nunes, ele foi lá no trio [referência ao ato de 7 de Setembro], mas eu não vou participar de nada. Nem dele nem de ninguém. Minha questão é desmarcarar o falsário do Marçal”, afirmou.

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Em novo vídeo publicado nesta quinta, 12, em suas redes sociais, intitulado “Desmascarando Pablo Marçal - Parte 1″ — serão três partes —, o religioso diz que o empresário é “manipulador” e “maligno”. Procurado por meio da assessoria, o candidato do PRTB não comentou.

Fato é que Marçal consegue cada vez mais atrair bolsonaristas evangélicos. Na manifestação na Avenida Paulista, no sábado passado, por exemplo, o Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP) perguntou aos participantes quem eles queriam como sucessor de Jair Bolsonaro na corrida presidencial de 2026, caso o ex-presidente continue inelegível. Entre os manifestantes que declararam preferência ao empresário como herdeiro político do bolsonarismo, 48,1% são evangélicos.

O monitor também sondou os nomes de Michelle Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) como possíveis continuadores do legado do ex-presidente. Dentro do público que declarou apoio à ex-primeira-dama do País, 37,6% diziam seguir a religião evangélica. Entre os que querem que o governador do Estado de São Paulo, o porcentual desses religiosos é ainda menor: 24,3% dos entrevistados.

O Monitor da USP também verificou que Marçal apresenta o maior porcentual de jovens de até 24 anos entre quem o escolheria como sucessor de Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais: 7,41% do público que prefere que ele seja o herdeiro do ex-presidente. A taxa de eleitores para Michelle na mesma situação ficou em 5,5%. Para Tarcísio, os mais jovens são 3,5% entre quem tem preferência por ele.

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Votariam no empresário, como sucessor de Bolsonaro, pessoas de 45 anos, em média. Em Michelle, a média de idade sobe para 50. Já em Tarcísio, esse valor é ainda maior: 52 anos. O público mais jovem de Pablo pode dar vantagem para ele em futuras eleições em que concorra a um cargo eletivo.

Um dos coordenadores do estudo, Márcio Moretro Ribeiro, disse à Coluna que “o perfil dos apoiadores de Marçal é bastante evangélico, até mais do que o de Michele, mas está menos concentrado entre os mais pobres. Além disso, Marçal alcança um público mais jovem do que os outros dois.”

Ato na Avenida Paulista com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro pede o impeachment do ministro Alexandre Moraes. Estiveram presentes os irmãos Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, Nikolas Ferreira , governador Tarcísio de Freitas, Malafaia e Magno Malta.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os entrevistadores também questionaram o público da manifestação sobre qual dos dois candidatos a prefeito de São Paulo o entrevistado considera que se identificava mais com Bolsonaro. A resposta de 75% do público foi Pablo Marçal, enquanto 8% disseram que era Ricardo Nunes. O índice de quem não atrelava a imagem do ex-presidente a nenhum dos dois foi de 13% e 4% não soube responder.

A margem de erro do estudo é diferente para cada nome pesquisado. Para Pablo Marçal, a margem fica em 11 pontos porcentuais para mais ou para menos. No caso de Tarcísio, a margem é de seis pontos. Já para Michelle, a margem fica em 9 pontos porcentuais. Foram entrevistadas 582 pessoas entre 13h30 e 17h30 do dia 7 de setembro em toda a extensão da Avenida Paulista. O grau de confiança da pesquisa é de 95%.

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