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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Márcio França entra na lista de ‘ministros demissíveis’ para Lula abrigar Centrão

Ministério dos Portos e Aeroportos pode ser entregue a Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para presidente manter Ana Moser na Pasta dos Esportes

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), é o mais novo integrante da Esplanada que está na frigideira em Brasília. Com as negociações para o embarque do Centrão no governo Lula a todo vapor, o ex-governador de São Paulo é apontado como um quadro para eventualmente ser sacrificado e, assim, abrir caminho ao deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). O parlamentar nordestino é cogitado para a pasta de França após Lula decidir blindar o Ministério dos Esportes, a vaga que era pretendida por “Silvinho” - como o presidente costuma chamá-lo.

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, que pode deixar o cargo. Foto: Alex Silva/Estadão

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Lula tem dado sinais de que não vai atender totalmente o pacote do Centrão (leia aqui as demandas) para melhorar sua governabilidade. Depois de blindar os Ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde, alvos preferenciais do PP e do Republicanos, o presidente mandou sinais ao Congresso de que também não vai abrir mão, ao menos neste momento, de ter Ana Moser à frente da Pasta dos Esportes.

A senha veio após o petista dar carta branca para a ministra viajar na próxima semana e batalhar para o Brasil ser sede da próxima Copa do Mundo de futebol feminino.

Lula considera que não seria prudente trocar mais uma mulher na Esplanada

Na avaliação de aliados do presidente, não seria prudente neste momento trocar mais uma mulher em um governo eleito com a bandeira de ampliar a representação feminina. A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil) foi demitida do Ministério do Turismo para dar lugar a Celso Sabino (União Brasil), que mantinha diálogo com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Márcio é criticado por “desconexão” com a bancada na Câmara

Lideranças do PSB, partido de Márcio França, afirmaram à Coluna que o ministro está desconectado da bancada e, por isso, sua substituição não seria mal recebida no Congresso. Tampouco se aposta que o vice-presidente Geraldo Alckmin, seu aliado histórico e correligionário, compraria uma briga para defendê-lo.

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Caso a troca se concretize, o PSB perderia uma pasta e teria apenas dois ministérios do governo Lula: o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com Alckmin, e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com Flávio Dino.

Para corroborar com o cenário, Lula tem resistências a Márcio França, nomeado logo no início do governo. O petista entende que o socialista não se empenhou no segundo turno para eleger o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao governo de São Paulo - apesar de sua esposa, Lúcia França, ter sido a candidata a vice. França tardou em abrir mão da disputa ao governo, seu sonho preferencial, para compor com o PT e lançar-se ao Senado, disputa da qual saiu derrotado por Marcos Pontes (PL).

Também causou irritação na cúpula do Palácio do Planalto o fato de o ex-governador ter lançado o programa Voa Brasil, de redução das passagens aéreas, sem conversar previamente com a Casa Civil.

A “solução Márcio França” também é bem recebida no Centrão pelo potencial maior da Pasta em relação ao Ministério dos Esportes frente à disposição do governo em ampliar as concessões de aeroportos em todo o País.

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