Em pleno reduto eleitoral do ministro Márcio França (Empreendedorismo), a baixada santista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), consolidaram um “pacto de não agressão” cujo efeito colateral é a desidratação do pessebista, que já comandou o Executivo paulista.
Na assinatura do termo de cooperação técnica para a execução de obras de um túnel que ligará Santos ao Guarujá, Lula e Tarcísio trocaram nesta sexta-feira, 02, uma série de afagos que irritaram bolsonaristas. Para facilitar a aproximação dos dois, o governo federal até levou o púlpito ao centro do palco para o presidente discursar. Lula fez sua fala bem em frente ao governador, com quem interagiu longamente. Já Márcio França ficou no canto do palco.
Nos bastidores, a leitura é de que Lula, em 2026, prefere Tarcísio candidato à reeleição do que à Presidência. Sem a artilharia federal, o presidente, dizem aliados, teria de escalar um peso-pesado para enfrentar o governador em São Paulo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que já comandou o Estado por quatro vezes, ou o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno contra Tarcísio em 2022.
Ser o candidato de Lula a governador de São Paulo é a vaga dos sonhos de Márcio França, mas desta vez ele precisa de um voo certeiro, alertam lideranças do PSB. O ministro perdeu três eleições seguidas: ao governo, em 2018; à Prefeitura da capital, em 2020; e ao Senado, em 2022. Nesse cenário de “vitória imperativa”, uma candidatura do ministro a deputado federal, com potencial de puxar votos e engordar a pequena bancada do PSB na Câmara, é ventilada entre correligionários.
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