Em viagem a Pernambuco nesta quinta-feira, 14, antecipada pela Coluna do Estadão, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, sugeriu candidatura presidencial da governadora Raquel Lyra. Mas o gesto, visto como uma forma de mantê-la na sigla, abriu um flanco para os adversários tucana.
Interlocutores do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e também da ala mais ideológica do PT, vão usar a fala do dirigente para minar a aproximação de Raquel com o eleitorado lulista. O argumento é que, ao lança-la como presidenciável, a governadora se tornará adversária do presidente Lula no futuro.
Como mostrou a Coluna, Marconi Perillo faz um périplo pelo Brasil, com foco em manter Raquel no partido. Ela, que é assediada pelo MDB e PSD, já pediu para os tucanos deixarem a oposição e se tornarem independentes, o que facilitaria sua vida em Pernambuco. No segundo turno da eleição de 2022, Lula recebeu quase 67% dos votos no Estado onde nasceu.
A solicitação foi rejeitada. Mas em Pernambuco, Perillo afirmou que Raquel teria toda a liberdade para construir parcerias com o governo Lula. A governadora aposta nessa aproximação para fazer entregas e, com isso, deixar o posto de governadora com a pior avaliação no Brasil, segundo pesquisa AtlasIntel.
O movimento ocorre num momento em que o PSDB enfrenta uma debandada de políticos, entre eles o deputado federal e ex-governador do Paraná, Beto Richa, que articula com o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro uma candidatura à prefeitura de Curitiba.
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