O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, iniciou um périplo por todos os Estados para estimular candidaturas do partido nas eleições municipais deste ano. Em março, ele visitará o Nordeste e dará atenção especial a Pernambuco, onde monta uma operação para manter no partido a governadora Raquel Lyra, que é procurada por outras legendas.
Raquel é assediada pelo PSD, partido de Gilberto Kassab e também do ministro da Pesca, André de Paula, que foi deputado por Pernambuco e mantém aliados em cargos no Governo do Estado. Como mostrou a Coluna do Estadão, a filha do ministro, Cacau de Paula, foi nomeada secretária estadual de Cultura. Nos bastidores, a governadora também mantém conversas com o MDB do senador Fernando Dueire.
Interlocutores avaliam que o cálculo político para Raquel é que a permanência no PSDB pode dificultar sua vida em Pernambuco. Os tucanos fazem oposição ao governo Lula, mas o presidente recebeu 66,9% dos votos válidos no Estado no segundo turno da eleição de 2022.
Por isso, a mudança para o PSD ou MDB, legendas de centro que possuem ministérios, é uma alternativa cogitada por aliados da governadora. O próprio presidente Lula, inclusive, já fez gestos a Raquel, anunciando obras no Agreste, reduto político da tucana.
Perillo quer retomar relevância do PSDB
O PSDB, que chegou a governar o País entre 1995 e 2002 e foi o principal partido de oposição nos governos petistas, viu sua bancada na Câmara diminuir 55% entre 2018 e 2022, chegando a 13 deputados. No Senado, a legenda perdeu o direito a ter liderança e, agora, tem dois representantes: Plínio Valério (AM) e Izalci Lucas (DF).
Por isso, os dirigentes do partido sabem que a legenda não pode sofrer mais baixas. Neste momento, o PSDB tem três governadores: Eduardo Riedel no Mato Grosso do Sul; Raquel Lyra em Pernambuco; e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul.
Perillo, que assumiu o partido em novembro, quer que as eleições municipais sejam o primeiro passo para reorganizar a legenda.
Seu tour começou na semana passada, no Rio Grande do Sul. Ainda em fevereiro, o tucano deve passar por pelo menos três outros estados, incluindo São Paulo, que tem convenção estadual para escolher sua nova direção marcada para o dia 25.
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