O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, desembarca na noite deste sábado em São Paulo com o desafio de administrar a maior crise política de seu partido: a possibilidade de perder o governador Tarcísio de Freitas. Pereira prepara o discurso de convencimento para mostrar que a legenda ainda é o melhor espaço para Tarcísio na política.
Ainda em Israel, o presidente do Republicanos recebeu com preocupação a notícia de que seu principal quadro avalia se desfiliar. O movimento de Tarcísio veio em resposta à aliança entre o partido e o governo Lula para desmontar a CPI do MST, e também diante das negociações para embarque no ministério com a indicação do deputado Silvio Costa Filho (PE) - a quem Lula chama de Silvinho.
Pereira tem vários argumentos a apresentar, segundo interlocutores. Sobre a manobra na CPI do MST, por exemplo, pode destacar que o movimento de enfraquecimento do grupo bolsonarista na comissão ocorreu enquanto ele não estava em Brasília. Quem fez as trocas no colegiado foi o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta.
A respeito da iminência de Silvio Costa Filho assumir um ministério, a ideia de Marcos Pereira é mostrar que o deputado tem um perfil conciliador, sem radicalismos, e que pode ser uma ponte de diálogo democrático com o governo Lula.
A carta na manga de Marcos Pereira é ainda evidenciar que outras siglas tampouco teriam o terreno perfeito para Tarcísio. O PP também negocia a entrada no governo com a indicação de André Fufuca (MA) para um ministério; o PSD de Gilberto Kassab já tem cargos no Executivo; e o PL de Jair Bolsonaro reúne a tropa radical que o hostilizou na reforma tributária.
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