Passada a ressaca da derrota nas eleições municipais, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy avalia se ainda deve disputar cargos eletivos. Segundo interlocutores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta convencê-la a continuar. Aliados petistas afirmaram à Coluna do Estadão, no entanto, que ela já sinalizou que só aceitaria concorrer como vice de Geraldo Alckmin (PSB) ao governo do Estado, caso ele entre na disputa.
Isso porque Marta ainda não está totalmente certa de querer seguir na vida pública. A decisão final deve ser tomada apenas no próximo ano. Se continuar, ela impôs a condição de ter um papel que a mantenha no cenário paulista. Diante desse quadro, a única possibilidade ainda não descartada pela ex-senadora é ser vice-governadora de Alckmin. Procurada pela Coluna, Marta não quis comentar as articulações e disse não dar entrevistas à imprensa.
Ser cabeça de chapa em uma disputa para o Executivo estadual está fora dos planos. O cargo exigiria de Marta compromissos fora de São Paulo, como viagens para outros estados e, porventura, outros países – o que não interessa à ex-senadora. O PT, por sua vez, ainda busca um nome de peso para a disputa estadual. Alckmin é uma possibilidade em discussão, já que poderia contar com o apoio de Lula, apesar de não ser filiado ao partido.
Lula chegou a cogitar Marta para uma candidatura petista ao Senado, mas a ideia foi descartada por ser um cargo fora do Estado. A mesma objeção vale para o Legislativo federal. A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) também não estaria nos planos da ex-senadora, segundo aliados. Assim, o posto de vice-governadora segue como a única possibilidade que Marta ainda não fechou.
Na semana passada, Marta participou de uma reunião com integrantes do PT e sua equipe. Fontes da legenda negam que o encontro tenha servido para avançar nessas discussões. Segundo eles, a reunião teve como foco apenas o “alinhamento interno” do corpo técnico da ex-prefeita. As articulações para seu destino eleitoral passarão por conversas diretamente com o presidente Lula, como ocorreu no seu retorno ao partido.
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