Dois dias depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entrar no caminho que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) será colocada na vitrine. No sábado (24), ela vai a Rondônia, um dos estados mais bolsonaristas do país, para empossar as presidentes do PL Mulher estadual e de vários municípios.
Há muita expectativa no partido sobre o discurso que fará, pois será o primeiro evento público após o julgamento da ação contra Bolsonaro no TSE. O tom mostrará o rumo que Michelle vai adotar para ocupar o vácuo que será deixado pelo marido, com vistas às eleições de 2026.
Ninguém no seu entorno acredita que ela use o espaço sábado que vem apenas para ser porta-voz de Bolsonaro em relação às insatisfações com a corte eleitoral. Ao contrário disso, a aposta é que Michelle vai se expor para firmar sua imagem de liderança política.
A ex-primeira-dama, que comanda o PL Mulher nacional, tem aproveitado esses atos para aprimorar os discursos. Ela é alvo de atenção especial da cúpula do partido, que faz questão de destacar que está “cada vez mais impressionada” com sua capacidade de oratória.
O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, por exemplo, não esconde que vê em Michelle um potencial para trazer mais gente para a sigla - tanto políticos quanto eleitores. No encontro mais recente, em Mato Grosso, segundo a assessoria do PL, quase duas mil pessoas se filiaram ao partido.
Base bolsonarista
O fato de o evento ser em Rondônia gera atenção especial para o bolsonarismo. No Estado, Bolsonaro teve mais de 70% dos votos nas eleições de 2022. Além disso, a disputa pelo governo estadual teve dois apoiadores do ex-presidente. O atual governador, Marcos Rocha (UB) e o senador Marcos Rogério (PL).
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