O militar da reserva Aparecido Portela, indiciado pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 11, no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no País, ocupou um cargo de confiança no governo Bolsonaro. Portela, que também é suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS), nega irregularidades.
Outros dois militares foram indiciados pela PF no inquérito nesta quarta-feira, 11: o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu e o tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo.
No governo Bolsonaro, o militar da reserva ocupou um cargo de confiança no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 2019 a 2022. Portela ganhou um posto na superintendência do Incra no Mato Grosso do Sul.
Segundo a PF, o tenente Portela foi um intermediário entre Bolsonaro e financiadores de manifestações antidemocráticas em Mato Grosso do Sul. Ainda de acordo com a PF, Portela trocou mensagens com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente que fechou um acordo de delação premiada com a corporação. Ao todo, a PF indiciou 40 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro. Cabe à Procuradoria-Geral da República oferecer uma denúncia criminal.
Procurado, Aparecido Portela não respondeu. Em comunicado nas redes sociais no mês passado sobre as investigações da PF, afirmou: “Possuo uma vida pautada na integridade e honestidade, e não coaduno com quaisquer práticas ilícitas e antidemocráticas”.
Portela passou à reserva do Exército em 2006. Atualmente, recebe um salário de R$ 15,5 mil.
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