Advogados ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se articulam para barrar Adriano Costa Avelino, advogado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no processo de indicação para a vaga aberta na Corte. Os próprios ministros do TST mais próximos ao governo federal se dizem constrangidos com essa possibilidade, e não pretendem votar em Avelino.
Nesta segunda-feira, 22, o TST elegeu uma lista tríplice de candidatos à vaga reservada à advocacia no tribunal. Lula deverá indicar um deles ao Senado, responsável pela sabatina e aprovação. Constam da lista tríplice os advogados Adriano Costa Avelino, de Alagoas e advogado pessoal de Lira; Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, mineiro apadrinhado por Pacheco e pelo grupo de advogados Prerrogativas; além da sergipana Rosilene Morais.
A disputa é pela cadeira de Emmanoel Pereira, ministro aposentado em 2022. A lista tríplice a ser fechada pelo TST, então, será entregue a Lula. O presidente indicará um dos três nomes ao Senado, responsável pela sabatina e aprovação.
Esses magistrados com trânsito entre interlocutores do Palácio do Planalto temem uma “agenda negativa” junto ao governo se o nome do advogado de Lira for eleito. Avelino já defendeu “guilhotina” para Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. “Mas antes tem que cortar a língua para pararem de latir”, afirmou, em março de 2016.
Na avaliação de fontes do governo federal, um novo ponto de tensão entre Lula e Lira, que estão com a relação estremecida e devem se encontrar ainda nesta semana.
Em declaração ao Estadão em junho de 2023, Lira afirmou que Avelino é seu “amigo” e “excelente advogado”. Já Avelino confirmou à época que advoga para o presidente da Câmara, mas que “isso não se mistura com a parte política”.
Outro nome considerado competitivo para a vaga é o do advogado Emmanoel Campelo de Souza Pereira, filho do ministro aposentado na mesma cadeira.
Também estão no páreo os advogados Antonio Fabrício de Moratos Gonçalves, ligado a setores do PT e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); Natasha Deschoolmeester, Roseline Morais, Raimar Rodrigues Machado.
Movimentações do mundo político e judiciário para fazer valer seus candidatos aos tribunais têm agitado Brasília. Como mostrou a Coluna do Estadão, a disputa por uma vaga no STJ acirrou o racha entre ministros do Supremo.
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