Numa alusão indireta ao número do Partido Liberal (PL), ao qual Jair Bolsonaro está filiado, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, marcou o julgamento de uma ação que pode tornar o ex-presidente inelegível.
No partido ninguém acredita que possa ser mera coincidência. Até porque não é a primeira vez que Moraes traz referências ao número. Em novembro do ano passado, ele aplicou multa de R$ 22 milhões ao PL, após a sigla pedir anulação de votos do segundo turno eleitoral sem indicar prova de fraude. O despacho apontou litigância de má-fé possível cometimento de crimes com a finalidade de tumultuar regime democrático brasileiro.
Desta vez, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preferiu não comentar a data do julgamento. Disse que vai aguardar e que não acredita na decretação da inelegibilidade de Bolsonaro. Mas, reforçou a análise de que, caso isso aconteça, o ex-presidente será um “transferidor de votos” ainda mais forte.
O TSE reservou as três últimas sessões da corte eleitoral, antes do encerramento do semestre, para a análise da ação que discute se Bolsonaro e o candidato a vice na chapa dele, general Braga Neto, cometeram abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião com embaixadores estrangeiros, no dia 18 de julho de 2022, quando o então presidente da República questionou o sistema de urnas eletrônicas.
O julgamento será iniciado no dia 22 de junho. Caso haja necessidade, o exame da ação poderá ter continuidade nas sessões de 27 e 29 deste mês.
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