O líder da bancada da educação, deputado Rafael Brito (MDB-AL), defendeu do relatório do Novo Ensino Médio aprovado pelo Senado durante um seminário no Congresso, nesta semana. A posição chamou atenção porque vai de encontro à liderança do governo na Câmara, que fechou acordo para manter o parecer do deputado Mendonça Filho (União-PE). O texto será novamente votado na Casa.
“Fiquei muito feliz com o texto aprovado pelo Senado. (...) Sinto que trouxe aprimoramentos que a gente precisa internalizar dentro da Casa (Câmara), discutir, votar e aprovar, para que a gente entregue o ‘Novo’ Novo Ensino Médio para oito milhões de jovens que estudam num modelo que sabem que será substituído”, disse Rafael Brito, em frente à senadora Dorinha Seabra (União-TO) que também participava do evento.
Procurado pela Coluna do Estadão, o deputado explicou que não quer atrito. “Defendo que o Novo Ensino Médio seja votado urgentemente, ou com o relatório da Dorinha ou com o texto da Câmara. O que não pode é essa discussão continuar”. O deputado quer aguardar a próxima reunião de líderes para saber o entendimento da maioria.
Como mostrou a Coluna do Estadão, a aprovação de um relatório divergente pelo Senado causou uma crise entre o governo e os deputados que negociaram mudanças na proposta na Câmara.
Para conter a crise, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), afirmou publicamente que trabalharia para que o plenário devolvesse o projeto do Novo Ensino Médio ao formato original, que foi acordado por Mendonça Filho e o ministro da Educação, Camilo Santana, após uma série de impasses.
Se o projeto fosse aprovado sem alterações no Senado, iria direto para a sanção do presidente Lula. Como houve mudança, o texto precisa ser votado novamente na Câmara. A principal alteração foi o aumento da carga horária mínima total destinada à formação geral básica do ensino técnico.
O seminário na Câmara reuniu parlamentares para celebrar os 10 anos do Plano Nacional de Educação (PNE).