O prefeito Ricardo Nunes (MDB) assumiu nesta quarta-feira, 1º, o segundo mandato à procura de uma marca própria de gestão e com muitos desafios na lista de 2025. Desconhecido da população até a campanha eleitoral, Nunes herdou o primeiro governo do tucano Bruno Covas – que morreu em maio de 2021 – e, de acordo com seus auxiliares, só nessa disputa entendeu a importância da comunicação de massa.
Mas, apesar de ter o vice aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro – o coronel Mello Araújo (PL), que comandou a Rota –, Nunes não parece nada disposto a se aproximar do bolsonarismo raiz. Ao contrário: o prefeito remontou o governo reforçando o núcleo mais fiel a ele em áreas estratégicas, como a Casa Civil, mesmo com queixas de vereadores do PL, que não se sentiram contemplados. Seu maior aliado é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em quem ele se amparou na campanha.
A lista dos desafios para 2025 só cresce e um dos principais deles é melhorar – e muito – a educação infantil para 550 mil alunos de 0 a 6 anos. Dados do Ministério da Educação (MEC) indicam que mais da metade das crianças não aprende a ler e escrever no tempo certo. Nunes contesta esses números, mas admite que é preciso investir na área.
Uma ala do governo também avalia que é necessário ter ações mais concretas para enfrentar as enchentes e os inúmeros problemas sociais da cidade, como a Cracolândia e a falta de moradia para a população de rua.
Nesta virada do ano, porém, tudo é festa para Nunes, que passou por apuros na dura campanha contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Em clima de comemoração, o prefeito ficou os últimos dias ensaiando os passos do hit sertanejo ‘Descer pra BC’ com a mulher Regina para o Réveillon na Paulista. BC é a sigla de Balneário Camboriú, cidade que virou reduto do bolsonarismo.
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