Ninguém soube explicar porque, mesmo sem mandatos desde 2010, Paulo Octávio figurou em todas reuniões que discutiram a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal do novo arcabouço fiscal. Sua única credencial é a presidência do PSD local, que não tem nenhum deputado ou senador. A resposta talvez esteja no fato de ser um megaempresário do sempre vantajoso mercado imobiliário brasiliense, onde se abrigam muitos congressistas.
Em 2010, Paulo Octávio renunciou ao cargo de governador após ser alvo da Operação Pandora. Em 2014, chegou a ser preso após ser acusado de pagar propina a funcionários públicos. Parte das acusações prescreveu depois que ele completou 70 anos. Em 2022, ele disputou o governo do Distrito Federal e teve apenas 123 mil votos. Os negócios, porém, continuam na casa dos bilhões de reais.
OUTRO LADO
O ex-governador Paulo Octávio afirmou à Coluna que não tem interesse empresarial na negociação sobre o Fundo Constitucional do Distrito Federal. Disse que se empenhou politicamente, especialmente no Senado, porque preside o PSD local, mesmo partido do relator do arcabouço e do presidente da Casa, senadores Omar Azis (AM) e Rodrigo Pacheco (MG).
Informou, ainda, que era deputado quando o fundo foi criado, em 2002, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que trabalhou pela aprovação e que todos os gestores do Distrito Federal, independentemente do partido, atuam pela manutenção dessas verbas.
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