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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia

O recado de fidelidade de Marcos Pereira a Arthur Lira

Presidente do Republicanos comanda a pauta da Câmara enquanto o titular está nos Estados Unidos; os partidos dos dois acabam de entrar no governo Lula

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Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está nos Estados Unidos, onde acompanhou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, quem comanda a pauta da Casa é o vice, Marcos Pereira (Republicanos-SP). E ninguém espere surpresas ou rasteiras. Pereira está cada vez mais alinhado com Lira e fez questão de abrir a reunião do colégio de líderes nesta terça, 19, com o seguinte recado: “Sou um vice fiel e faço tudo combinado com o titular. O reserva não pode brilhar mais do que o titular”, disse, provocando risos entre os presentes.

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Tamanha a proximidade que, em recente entrevista, Arthur Lira falou que seu partido o PP agora faz parte da base do governo Lula e estendeu o comentário sobre o Republicanos - as duas siglas acabam de assumir, respectivamente, os ministérios do Esporte, com André Fufuca (PP), e dos Portos e Aeroportos, com Silvio Costa Filho (Republicanos).

Pereira, presidente do Republicanos, sempre ressalta que a sigla continuará independente e ficou a expectativa de como reagiria à declaração de Lira. Eis que ele disse o seguinte à Coluna: “Lira é meu amigo e, se falou por mim, sei que está me ajudando - porque jamais me colocaria em maus lençóis. Ele sempre quererá o meu bem e o bem do Republicanos”, concluiu.

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP) Foto: Montagem - Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Alinhamento de Pereira e Lira agrada ao Planalto

Como mostrou a Coluna, o entorno do presidente Lula afirma, em conversas reservadas, que o Palácio do Planalto deve ter com o Republicanos a mesma relação vivida com o MDB na primeira gestão de Lula (2003-2006). A entrada no governo não garante, inicialmente, a fidelidade que seria típica de uma base governista. Mas, com o passar do tempo, é construída a ponte para, em eventual segundo mandato de Lula, o partido entrar definitivamente na base.

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