A briga interna do PSDB ganhou um novo capítulo nesta semana. O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, acusou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de prolongar o mandato à frente da legenda de forma irregular. A denúncia foi incluída no processo em que ele já tentava anular a eleição de Leite na sigla.
Na visão de Morando, Leite deveria ter deixado o posto em 31 de maio, data estabelecida como o fim do mandato na ata da reunião da Comissão Executiva que o elegeu. O governador, por outro lado, entende que está respaldado por uma resolução aprovada em fevereiro na qual adiou as convenções partidárias e prorrogou os mandatos de todos os presidentes dos diretórios, inclusive o seu. A decisão foi tomada no segundo dia dele no cargo.
De acordo com informações do sistema da Justiça Eleitoral, Leite será presidente do PSDB até novembro. A certidão com a nova data foi enviada ao TSE em 30 de maio, véspera do vencimento do mandato para o qual ele havia sido eleito inicialmente.
Aliados de Leite dizem que a resolução foi aprovada pela Executiva e lembram que, durante a gestão de Bruno Araújo à frente do partido, presidentes de diretórios tiveram seus mandatos prorrogados da mesma maneira, sem contestações na Justiça.
Eles alegam que Morando “arruma confusão” porque tenta viabilizar uma maneira de desfiliar sua mulher, a deputada estadual Carla Morando (PSDB-SP), sem que ela perca o mandato. O prefeito tem se aproximado do PL, partido de Jair Bolsonaro, mas mantém disputa judicial contra Leite.
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