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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Análise | Pablo Marçal não cabe no figurino de vítima e pesquisas vão guiar campanhas esta semana

Dois levantamentos sobre intenção de votos começam após a cadeirada que o candidato sofreu de José Luiz Datena; índice de rejeição é um dos pontos que geram mais expectativa nas campanhas

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Atualização:

Dois institutos de pesquisa — Paraná e Datafolha — começaram a apurar nesta semana a intenção dos votos dos eleitores, após o episódio da cadeirada que o candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, levou do adversário José Luiz Datena (PSDB). Antes mesmo do resultado em números, há uma leitura nas campanhas e entre especialistas de marketing e ciência política de que o figurino de vítima não cabe no ex-coach.

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“Marçal está em um momento crucial para sua narrativa. A vitimização exagerada pode fazer com que perca pontos importantes com a torcida que ele mesmo criou como uma pessoa que supera todos os obstáculos. Marçal gravou vídeos demonstrando fragilidade. A tendência é que parte dos eleitores dele veja a inconsistência na narrativa”, avalia Marcelo Vitorino, professor de Marketing Político da ESPM.

Nas redes, Marçal chegou a comparar o episódio com a facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atentado ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O influenciador digital terminou sendo criticado pelos próprios seguidores. “Trump, nesse sentido, mostrou-se mais preparado diante do primeiro atentado que sofreu, mostrando que o incidente não o afetou e que ele manteria a bravura”, completa Vitorino.

Para Mayra Goulart, coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada da UFRJ, a estratégia de Marçal não poderá ir para a vitimização, e provavelmente ele usará o caso da agressão física para reforçar que é o antissistema que tira o controle dos adversários.

Do outro lado desse episódio, José Luiz Datena, apesar de ser o agressor, passou no tom de sua nota a clareza do entendimento na campanha tucana de que Marçal colheu o que plantou. Ele disse que não se arrependia e que “lavou a alma de milhões. Com o discurso pode até conquistar alguns votos, mas a falta de equilíbrio para o debate público e empurra para fora da política.

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Mayra avalia que o episódio da cadeira interdita a transferência de votos entre eles, e isso é o que vai ficar mais claro para o eleitorado. “Embora Datena não tenha força para ir ao segundo turno, a cadeirada é importante porque dá um sinal nítido sobre seu posicionamento que interdita a transferência de votos entre eles”, ressalta.

Para além das campanhas de Datena e Marçal, a avaliação dos postulantes à Prefeitura de São Paulo é verificar o grau de rejeição das pesquisas desta semana, pois será ponto decisivo para o rumo do segundo turno.

Debate Tv Cultura, cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal  Foto: Reprodução TV Cultura
Análise por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy é jornalista pós-graduada em Ciência Política e Economia. Há mais de 20 anos em Brasília, cobre as relações entre os poderes e os bastidores da política. Foi colunista política na CBN e Globo News, editora-chefe e âncora no SBT e SBT News. Pernambucana, torcedora do Náutico, mas também apaixonada pelo Palmeiras.

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