O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sugeriu nesta quarta-feira, 27, que a pressão do Centrão por cargos no governo envolveria conversas não republicanas. Ao ser indagado sobre ter sido “emparedado” em público pela bancada do PSD, no dia anterior, após um evento no Palácio do Planalto, respondeu: “Sei que vocês ficaram chocados com o ‘baculejo’. Vocês não têm ideia do que eles fazem comigo quando é com portas fechadas. Foi ameno ontem. Porque tinha câmeras, a imprensa televisionada. Eu acho que vai ser mais ameno”, afirmou dando um tom de brincadeira.
Padilha estava ao lado do líder do PSD na Câmara, deputado Antônio Brito (BA), que o interrompeu: “Deixa de graça”.
O PSD pleiteia o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Além disso, há reclamações sobre a liberação de verbas para hospitais federais no Rio de Janeiro. Na terça-feira, parlamentares cercaram o ministro no Planalto e, num áudio registrado pela rádio CBN, ouve-se a fala da deputada Laura Carneiro: “Se a gente dançar, a ministra [Nísia] vai dançar também”.
Quando o ministro foi perguntado nesta quarta se o motivo do ‘baculejo’ foi resolvido, o líder do PSD, Antônio Brito, se apressou para dizer: “lógico que resolveu”. Mas o ministro divergiu.
“Não, não. Primeiro vamos ajustar as informações. A bancada do PSD, como outros partidos, pleiteiam o tema da Funasa há bastante tempo. A bancada do PSD já formalizou isso inclusive. outros partidos também já formalizaram. Só reforcei pra eles que não tem, ainda, definição por parte do governo de como é o modelo da Funasa e quando tiver vamos discutir”, afirmou Padilha.
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