Responsável pela articulação política do governo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, aproveita o recesso parlamentar para mapear as prioridades de cada ministério para a tramitação no Congresso.
Passado o primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o capital político de qualquer chefe de poder é maior, a perspectiva é de um ano mais difícil na relação com os parlamentares. Há ainda o calendário apertado, já que o segundo semestre deve ser influenciado pelas eleições municipais e pela corrida às presidências da Câmara e Senado, que serão renovadas em 2025.
Padilha já esteve com os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Nísia Trindade (Saúde), Celso Sabino (Turismo), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Juscelino Filho (Comunicações). Ainda pretende se reunir com Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
No caso do Ministério da Fazenda, a prioridade da articulação política será a aprovação das leis complementares de regulamentação da reforma tributária. Novos programas sociais, de acesso ao crédito e voltados à transição ecológica também estão entre as prioridades gerais do governo para o ano.
O levantamento geral de Padilha ainda é uma vacina a “escorregadas” de ministros. No ano passado, como revelou a Coluna, Camilo Santana teve de pedir à Câmara a retirada da urgência constitucional da votação do Novo Ensino Médio, que seria aprovado por parlamentares com mudanças que o governo não desejava. O relator da proposta, Mendonça Filho (União-PE), reclamou a colegas de falta de interlocução com o governo para a negociação.
Durante a tramitação da reforma tributária, a articulação política do próprio Padilha foi criticada no Congresso. Como mostrou a Coluna do Estadão, na solenidade de promulgação do texto, o ministro das Relações Institucionais sequer foi mencionado nos agradecimentos.
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