Dois dias depois de ser alvo de um pedido de investigação do Ministério Público Eleitoral, pelo crime de violência política de gênero contra Erika Hilton (PSOL-SP), o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) confundiu a bancada conservadora e foi aplaudido pela militância LGBTQIA+ nesta quarta-feira, 27. Na Câmara, o parlamentar discursou contra um projeto que proíbe o casamento homoafetivo, que está em análise na Comissão da Família.
“[Quero] que povo cristão tenha o direito de não ser obrigado a fazer cerimônia do casamento que agrida nossa fé. O resto é pacificado, todos somos irmãos, sejam gays e lésbicas, e estamos convivendo”, disse Isidório.
A própria militância demorou a entender o discurso. “[O casamento civil] é direito deles, são cidadãos. Não vou, por hipocrisia, votar contra direitos de garantia social, pois sei que, se Jesus estivesse aqui, não faria isso!”, completou Isidório, sendo aplaudido.
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Pastor ‘ex-gay’
Isidório foi o deputado federal mais votado da Bahia em 2018, quando afirmou que a homossexualidade seria um pecado tão grave quanto o assassinato ou o roubo. Ele é conhecido por se dizer “ex-gay”, alegando que foi “curado” através da bíblia. O parlamentar também já propôs a criação do “dia do hétero”.
O voto surpreendeu até mesmo a mesa da comissão. O vice-presidente Filipe Martins (PL-TO) chegou a reclamar, pois o acordo firmado era de alternância entre um discurso favorável ao projeto que proíbe casamento homoafetiva e outro contra. Isidório foi inscrito como apoiador do relatório contrário à união homossexual.
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