Não fosse o veto do Palácio do Planalto à PEC das Praias, o ministro do Turismo, Celso Sabino, sinaliza nas entrelinhas que estaria disposto a, ao menos, discutir o texto. “Pelo que li no texto, estamos falando de praias inóspitas, que estão fora da rota, não têm infraestrutura. Ninguém quer fechar Ipanema, chegar lá e dizer que a partir de agora ninguém entra”, avaliou à Coluna do Estadão. “Qualquer pessoa que tenha dois neurônios sabe que não é isso”, alfineta.
Sob relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a PEC das Praias ganhou ampla repercussão após um barraco nas redes sociais entre o jogador de futebol Neymar e a atriz Luana Piovani. O texto permite à União repassar os chamados “terrenos de Marinha”, uma faixa de terra a 30 metros do mar, a Estados, municípios e até a iniciativa privada. Para ambientalistas, existe aí uma brecha para privatizar o acesso às praias.
Na avaliação do ministro do Turismo, foram criadas “versões” sobre a PEC que enterraram a possibilidade de a matéria avançar. “Eu não vejo temperatura nesse momento para discutir esse assunto, dada os ânimos e dada a versão que se criou”, declarou. “São praias que ninguém vai, locais assim poderiam, mediante projetos de infraestrutura, trazer bilhões de dólares ao País, gerando emprego e renda”, acrescentou.
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