A Petrobras cedeu à pressão do PT e nomeou indicados do partido para o comando da Petrobras Biocombustível S.A., a PBio, uma subsidiária da estatal voltada à transição energética. A ofensiva do PT sobre o setor foi revelada pela Coluna no início do mês. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que está na mira do Centrão e do PT, não foi sequer consultado para a troca no comando da PBio ser concretizada.
Após a ação do PT, João Silveira D’Angelis Filho assumiu o cargo de diretor de biocombustíveis da PBio. Antes, ele era chefe de gabinete da deputada estadual Leninha (PT-MG). Para o cargo de diretor-presidente, o indicado dos petistas foi Danilo de Siqueira Campos. Ele atuou como diretor comercial da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) quando Fernando Pimentel (PT) era o governador de Minas Gerais (2014-2018).
A mudanças ainda não constam do site da Petrobras, mas foram confirmadas pela estatal à Coluna por e-mail.
De origem mineira, Danilo de Siqueira Campos se reuniu ontem com o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) e conversou com ele sobre a investimentos da PBio em Montes Claros, um reduto político do aliado petista.
Mudanças na PBio integram pacote do PT
As duas indicações atendem ao diretório do PT em Minas Gerais e fazem parte de um pacote de cargos do partido para postos econômicos, revelado pela Coluna, e deflagrado com a confirmação do economista Marcio Pochmann para a presidência do IBGE.
Além de promover mudanças na Petrobras, a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda quer trocar mais postos da diretoria da estatal e emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da Vale.
A negociação para trocar o comando da PBio foi articulada pela tesoureira nacional do PT, Gleide Andrade, que é de Minas Gerais. Como mostrou a Coluna, para setores da legenda, a diretoria da Petrobras foi “cooptada pelos interesses” do mercado. Nem mesmo o presidente da estatal, o ex-senador do PT Jean Paul Prates, tem agradado ao partido e ao próprio Lula.
A Petrobras passou por loteamento político ao longo dos primeiros dos governos Lula e Dilma, que deflagraram escândalos de corrupção culminantes na Operação Lava Jato.
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