A Polícia Federal apreendeu, nesta quinta-feira, 08, o celular do ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz. Ele é considerado um dos pilares do “gabinete do ódio” e é alvo da operação Tempus Veritatis. A PF cumpre medidas expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para apurar organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Tércio Arnaud trabalhou como assessor da Presidência durante toda a gestão passada. Ele despachava ao lado de Bolsonaro diariamente e administrava as redes sociais do então presidente. Em julho de 2020, foi alvo de uma ação do Facebook que removeu páginas ligadas a uma rede de perfis falsos e de disseminação de fake news. Antes de integrar o governo, ele foi descoberto por Carlos Bolsonaro, justamente por administrar páginas de apoio ao ex-presidente, como a “Bolsonaro Opressor”, que foi derrubada e teve várias reedições.
Tércio ficou um tempo fora do cargo na gestão passada apenas no período eleitoral porque foi candidato a suplente de senador de Bruno Roberto (PL-PB), mas não se elegeu. No dia seguinte à derrota, já estava contratado no Planalto novamente. O ex-assessor viajou com Bolsonaro aos Estados Unidos no final de 2022, após o resultado eleitoral.
Naquele mesmo ano a Polícia Federal apontara a “atuação orquestrada” de milícias digitais, usando inclusive a estrutura do chamado “gabinete do ódio”, para promover ataques a adversários políticos de Bolsonaro.
Operação mira aliados de Bolsonaro e determina apreensão de passaporte do ex-presidente
A operação da Polícia Federal nesta quinta, 8, mira aliados do ex-presidente, como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Valdemar Costa Neto. Outros dois ex-assessores de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Filipe Martins foram presos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os alvos da investigação da Polícia Federal para apurar a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Apesar de não ser um dos alvos dos mandados de busca e apreensão, Bolsonaro está obrigado a entregar seu passaporte à PF em até 24 horas.
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