Dois policiais rodoviários aliados do presidente Jair Bolsonaro serão acomodados no governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Em portarias publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 29, o Ministério da Justiça cedeu os servidores Eduardo Aggio de Sá e José Lopes Hott Júnior para o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), órgão de trânsito do Estado.
Aggio está atualmente lotado no Planalto, na subchefia de Análise Governamental da Casa Civil. Antes, ele antecedeu Silvinei Vasques no comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF), época em que o alinhamento entre a corporação e o governo Bolsonaro se intensificou.
Poucos dias depois da ida de Aggio para a Casa Civil, o então diretor executivo da PRF fez o mesmo movimento e assumiu como subchefe adjunto executivo da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais. Com o fim da gestão Bolsonaro, os dois foram cedidos ao governo paulista.
Aggio chegou ao cargo depois que o chefe da PRF, em 2020, declarou pesar, em nota, pela morte de um agente com covid-19. A manifestação foi criticada por Bolsonaro.
O Estadão revelou, na época, que Aggio participou de uma das lives do presidente Jair Bolsonaro, quando se posicionou a favor de mudanças nos decretos de armamento e no Código de Trânsito. Agora cedido ao Detran-SP, ele já criticou o “caráter arrecadatório” de multas de trânsito e apoiou o aumento do limite de pontos na CNH. Em live com Bolsonaro, após o presidente sugerir que as pessoas ‘chamem seus vizinhos’ para que se tornarem ‘CACs’ - caçadores, atiradores esportivos e colecionadores - o policial rodoviário afirmou: “Junte-se aos bons”.
Aggio também foi indicado a um cargo remunerado no conselho de administração na Pré-Sal Petróleo, empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, depois que Bolsonaro perdeu a eleição, conforme revelado pelo Estadão.
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