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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Por que Marta Suplicy é disputada pelos pré-candidatos em São Paulo

Ex-prefeita é secretária de Ricardo Nunes, cortejada por Guilherme Boulos e alvo de acenos de Tabata Amaral

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A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, chega a 2024 como uma das figuras mais cortejadas para a eleição municipal que se aproxima. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) quer mantê-la ao seu lado, mas o PT tenta trazê-la de volta ao partido para que ela seja vice na chapa com o deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato pelo PSOL. Ao mesmo tempo, Marta também passou a ser alvo de acenos da deputada Tabata Amaral, pré-candidata pelo PSB.

Marta consegue transitar da esquerda à centro-direita, não tem a trajetória maculada pelos escândalos petistas e, apesar de sofrer críticas pela criação de impostos em sua gestão por exemplo, sua imagem é associada a projetos de amplo alcance social em São Paulo. Marta governou a maior cidade do País entre 2001 e 2004. Ela deixou o PT em 2015, durante seu mandato de senadora, na esteira do lavajatismo. Entre os programas de sua gestão, criou o bilhete único, com os corredores. Outra marca é a instalação dos CEUs - Centros Educacionais Unificados.

A ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Atualmente, ela é secretária de Relações Internacionais do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foto: André Lessa/AE

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“Ela foi bem sucedida na sua administração e ainda tem o seu capital político e eleitoral. Sou um fã da Marta”, afirmou o presidente do PSB, Carlos Siqueira, à Coluna do Estadão. Siqueira endossou a iniciativa de Tabata de enviar mensagem à ex-prefeita nas redes sociais que estava o livro Minha Vida de Prefeita - O que São Paulo me ensinou, de Marta Suplicy, numa clara mensagem política à secretária.

A pré-candidata ainda ressaltou estar aprendendo sobre a trajetória de uma pessoa que a inspira. “Marta Suplicy foi uma das melhores prefeitas que São Paulo já teve”, afirmou. No PSB a expectativa é por um aceno da própria Marta ou que, pelo menos, ela não migre para a campanha de Boulos, pois são votos da esquerda que o PSB também vai disputar.

No PT, a tentativa de aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atrair Marta segue a passos lentos. O presidente Lula recebeu nesta sexta-feira, 5, o deputado federal Rui Falcão, seu interlocutor junto à secretária. Mas os petistas fazem o cálculo politico da eventual presença dela na chapa.

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“O Boulos tem uma necessidade de buscar aliança que dialoga, que tenha um envolvimento mais concreto, real, na periferia. Apesar de ele ter um grande apoio. O PT tem cerca de 30% de preferência na cidade de São Paulo. Esses votos já são com ele, mas é importante ter esse vínculo com uma uma gestão do PT”, avalia o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP). Ele é irmão de Jilmar Tatto, que concorreu à Prefeitura da capital paulista em 2020.

Nilto observa que Ricardo Nunes também precisa da presença de Marta para buscar votos da esquerda. “É evidentemente que o campo da direita queira buscar alguns votos no campo da esquerda, na periferia, onde tem mais dificuldade”.

Ricardo Nunes, por sua vez, tenta não criar alarde sobre o assédio à sua secretária. À Coluna, ele afirmou que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua reeleição não é motivo para a ex-petista abandonar o barco, como comenta-se nos bastidores da política paulista.

“Não tive da parte da Marta nenhum comentário a respeito. Não estou levando como algo concreto. Ela retornando das férias, vamos ter as conversas que temos no dia a dia do nosso trabalho. Tenho confiança na Marta”, disse Nunes. Ela permanece fora até o dia 15 de janeiro.