Pelo menos dez deputados do PL ouvidos pela Coluna do Estadão vão votar para manter preso o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ainda que discordem da prisão autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), esses congressistas consideram, nos bastidores, que estarão diante de um “momento de revanche”. O motivo é que, em 2021, Chiquinho votou favoravelmente à prisão do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira. Na ocasião, o placar registrou 364 X 130, mantendo-o preso. Bolsonaristas ouvidos pela Coluna confirmaram a intenção de revidar.
O deputado Maurício do Vôlei (PL-MG) vai em outra direção e informou à Coluna que votará contra a prisão. “Eu seria contra a prisão de Daniel Silveira também (se fosse parlamentar em 2021). Não podemos dar mais espaço para o STF e tirar o poder dos deputados”, diz Maurício, integrante da maior bancada partidária da Câmara dos Deputados, com 95 deputados.
Chiquinho nega envolvimento no crime e afirma que tinha boa relação com Marielle quando ambos eram vereadores na Câmara Municipal do Rio. “Tivemos um ótimo relacionamento onde ela defendia áreas de seu interesse e eu também defendia os meus”, diz.
O relator do caso Chiquinho Brazão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Darci de Matos (PSD-SC), emitiu parecer favorável à prisão. A previsão é que a votação aconteça na próxima semana, após um pedido de vistas no final de março feito por deputados do Novo, do Republicanos e do PP.
A Câmara também julgará a cassação do mandato de Chiquinho. O caso já foi protocolado no Conselho de Ética. O presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União-BA) afirmou que o sorteio do relator do caso será feito nesta semana.
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