A candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) deve evitar ataques contra o adversário Pablo Marçal (PRTB) em seus programas eleitorais de TV e rádio. Mas isso está longe de significar uma trégua entre eles. Interlocutores da campanha confirmaram à Coluna do Estadão que as denúncias contra o ex-coach serão mantidas nas redes sociais. Já no horário eleitoral gratuito, onde Tabata tem apenas 30 segundos, a deputada federal deve focar na apresentação de propostas e em se tornar mais conhecida para os paulistanos.
Se a deputada invertesse a estratégia, dirigindo ataques a Marçal no seu tempo de horário eleitoral, correria o risco de ficar sem tempo de propaganda nos veículos de massa, como explica o especialista em direito eleitoral e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Fernando Neisser.
A Justiça Eleitoral concede, no mínimo, um minuto de direito de resposta a quem se sentiu ofendido com a fala de outro candidato. “Se a Tabata veicula uma acusação, que pode ter ocupado cinco segundos do programa de 30 segundos, e a Justiça entender que aquilo merece direito de resposta, ela terá que conceder um minuto de resposta ao Marçal”, explicou à Coluna. Dessa maneira, a deputada perderia o tempo de dois blocos de propaganda de TV e rádio para cumprir a decisão judicial.
Um novo vídeo falando do empresário, inclusive, deve ser divulgado ainda nesta semana nas mídias sociais de Tabata. Integrantes do PSB dizem que um dos motivos para as denúncias continuarem a acontecer apenas nas plataformas online é que o ex-coach não terá tempo de propaganda em emissoras de rádio e televisão.
“De onde vem esse dinheiro? Quem está por trás do Pablo Marçal? Quem banca essa candidatura? Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a deputada em um dos vídeos publicados em seu Instagram, relacionando Marçal ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
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