O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), que nomeou a mulher, Kelen Bocalom, para a chefia de gabinete da prefeitura, disse nesta quinta-feira, 13, que a funcionária não será indemissível. “Se ver que não está dando conta, ela mesma entrega o trabalho”, afirmou à Coluna do Estadão.
Bocalom argumentou que a mulher tem o currículo necessário ao cargo, por ter chefiado o departamento jurídico do Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) entre 2012 e 2021. “Ela dava os pareceres direitinho. Houve os maiores problemas nessa época e, graças a Deus, com ela não teve absolutamente nada”, seguiu Tião Bocalom.
Ele ressaltou, ainda, por que escolheu a esposa. “A chefe de gabinete é uma pessoa que, se possível, tem que ficar comigo o tempo todo, tem problema o tempo todo, são decisões o tempo todo. É uma pessoa de minha total confiança”, disse o prefeito.
O Ministério Público estadual apura o caso para verificar se pode ser enquadrado em caso de nepotismo. Em Rio Branco, o cargo de chefe de gabinete da prefeitura é considerado por lei um cargo político, equivalente ao de secretários, com salário de R$ 28,5 mil. Isso abre uma brecha para a nomeação de parentes, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). A prefeitura nega qualquer irregularidade.

Questionado se a nomeação da mulher não é uma forma de enriquecer a própria família com dinheiro público, Bocalom negou: “Sou prefeito pela quinta vez, e meu capital é menor hoje do que quando entrei na política. O que eu tenho de capital é o capital moral. Não respondo a nenhum processo”.