O PSDB reagiu às críticas do ex-chanceler Aloysio Nunes e o chamou de “ex-militante”. Porém, numa nota sem assinatura, deu ainda mais munição aos que criticam a apatia do partido.
Em entrevista ao Estadão, Nunes disse ver com tristeza a “agonia” da legenda que completou 35 anos no mês passado, mas que não consegue discutir os assuntos de interesse do País . “O PSDB, hoje, não é confiável nem para oposição. Não é nada”, afirmou.
Em outro trecho da conversa com a jornalista Vera Rosa, o ex-ministro afirmou que o PSDB está numa “confusão entre vazio político, clientelismo e distanciamento da base social”. Ele avaliou que a situação é pior que a de outros partidos do campo da direita. “O que os líderes do PSDB falam não é ouvido. Se é que alguém fala alguma coisa”.
A falta de vozes que assumam o posicionamento nacional do PSDB ficou explícita na nota. O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, que é governador do Rio Grande do Sul, foi procurado pela Coluna e preferiu não se manifestar e não assinou o texto divulgado pela assessoria do partido.
Federação
Coube ao presidente da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, Paulo Serra, uma declaração mais contundente.
“Precisamos menos de teóricos desatualizados escrevendo sobre os nossos já conhecidos defeitos e mais de ação prática com disposição verdadeira para ajudar na reconstrução!”, disse à Coluna.
Serra, que também é prefeito de Santo André e tesoureiro nacional do PSDB, fez questão de ressaltar que falava em nome da federação. Ele assumiu o comando desse grupo na semana passada, com a missão de tocar as articulações para as eleições municipais de 2024 em São Paulo, onde o partido estima perder 50% dos quadros de prefeitos até o próximo pleito.
Leia a íntegra da nota do PSDB nacional:
Agradecemos ao ex-ministro, ex-senador e ex-militante do PSDB Aloysio Nunes Ferreira pelas contribuições em relação ao partido. Vamos levar em conta suas opiniões no processo de reconstrução no qual estamos empenhados em conjunto com nossos militantes e dirigentes, pessoas que acreditam na construção de um centro democrático, que querem uma alternativa real e programática aos campos que passaram a dominar a cena política do Brasil nos últimos anos.
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