A nota da Executiva Nacional do PT que tratou Nicolás Maduro como “presidente reeleito”, sem contestar a lisura do processo eleitoral, virou uma casca de banana para o governo. Mas integrantes da atual gestão admitem que essa não foi a primeira, tampouco será a última vez que o partido do presidente Lula obrigará jogo de cintura de ministros e diplomatas para se equilibrarem em temas que exigem parcimônia, mas se chocam com o pensamento da extrema esquerda do PT. O motivo é simples: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceita.
“O PT sempre foi um partido vertical, hierárquico, e por trás de tudo está Lula. É ele quem manda e decide a função de cada um na legenda e no governo”, ressalta o cientista político Leandro Gabiati, diretor da Dominium Consultoria.
Gabiati diz que o governo tem postura mais sensata e que Lula não pode tomar decisão formal de maneira imprudente. O presidente precisa analisar muitas variáveis antes de se posicionar, inclusive avaliar a pressão dos Estados Unidos.
Para o cientista político, o que ocorre na discussão sobre o ditador Nicolás Maduro é similar ao que acontece na economia. “O suposto embate das alas desenvolvimentista e fiscalista é um pouco ficção. Lula distribui funções entre ministros”, ressalta.
No governo, a certeza manifestada à Coluna do Estadão foi a de que a manifestação do PT causa ruído midiático, mas não vai influenciar a decisão oficial a ser tomada após o recebimento das atas da eleição venezuelana.
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