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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia

PT mantém críticas ao Plano Real após 30 anos: ‘Brasil ainda sofre efeitos colaterais’

Site oficial do partido traz nota crítica à efeméride; criadores da nova moeda apoiaram o presidente Lula em 2022 no segundo turno contra Jair Bolsonaro

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

Na contramão das celebrações pelos 30 anos do Plano Real, que pôs fim à hiperinflação no Brasil, o PT reiterou críticas ao projeto. Em seu site oficial, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nesta segunda-feira (1º) uma nota com o título: “Plano Real: 30 anos depois, Brasil ainda sofre os efeitos colaterais”. No governo Itamar Franco, o PT votou contra o Plano.

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O texto crítico à efeméride afirma que o Plano Real deve ser analisado para além da “importante conquista que foi a derrubada da hiperinflação”. “Afinal, todos os remédios, por mais eficazes que sejam, podem provocar efeitos colaterais. E com o Real não foi diferente”, diz o PT, ao citar a elevação dos juros após a adoção da nova moeda. A nota reúne análises de expoentes petistas na seara econômica, como os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do IBGE, Marcio Pochmann.

O Plano Real foi idealizado no governo Itamar Franco, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era ministro da Fazenda. Integraram o time os economistas André Lara Resende, Persio Arida, Edmar Bacha e Pedro Malan — todos eles, incluindo o ex-presidente tucano, apoiaram Lula no segundo turno de 2022 contra Jair Bolsonaro.

À Coluna do Estadão, Mercadante esclareceu que os 30 anos do Plano Real merecem ser celebrados, frente às “exitosas inovações do plano, como a URV e a desindexação”. Por outro lado, avalia que é preciso deixar registrado que “o prolongamento da Âncora cambial, que contribuiu para a reeleição de FHC, empurrou o País para uma grave crise cambial e para o FMI”.

“De toda forma, a despeito das nossas divergências, o país sente saudade do tempo em que a polarização se dava entre o PT e o PSDB. Naquele período, havia uma disputa acirrada, mas um debate qualificado e que respeitava o Estado democrático de Direito”, afirmou Mercadante.

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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Foto: FOTO : Pedro Kirilos/Estadão
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