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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

PT monta estratégia para desgastar Bolsonaro na Câmara após caso da embaixada da Hungria; saiba qual

Ex-presidente será investigado por suposta articulação diplomática para evitar eventual prisão no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado

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Foto do author Augusto Tenório

A bancada do PT na Câmara tem uma estratégia para desgastar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela suposta tentativa de driblar eventual prisão ao passar dois dias na embaixada da Hungria. Sabendo que a Casa não tem poder de convocá-lo, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) apresentou um convite ao ex-mandatário, para que ele explique o ocorrido na Comissão de Relações Exteriores. Caso Bolsonaro negue o pedido, como acreditam que ocorrerá, os petistas terão um novo fato político em mãos para criticá-lo e levantar suspeitas.

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Há, ainda, a chance de o pedido ser derrubado pela bancada bolsonarista quando for votado. O episódio, avaliam os petistas, também pode municiar a base contra o ex-presidente. Cabe agora à bancada articular com o presidente da comissão, o deputado Lucas Redecker (PSDB-SP), para colocar o requerimento em pauta.

À Coluna do Estadão, Redecker afirmou que, como o requerimento foi feito após a pauta da semana ser definida, só deve analisar o pedido de Chinaglia na próxima semana. Uma saída legislativa estudada pelo PT, porém, é pedir um requerimento extrapauta já nesta terça. Caso seja aprovado, o requerimento de convite a Bolsonaro poderia ser aprovado imediatamente.

“É um fato absolutamente inusitado. Não se tem notícias de nada parecido em tempos normais. Então, evidentemente não se tratou de mera visita de cortesia. Ou de uma simples conversa com o embaixador”, justifica Chinaglia no requerimento de convite.

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).  Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADAO

Defesa de Bolsonaro nega tentativa de evitar prisão

Os advogados de Bolsonaro alegam que ele esteve no prédio para “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

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“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, sustenta a defesa do ex-presidente, que se pronunciou após o jornal dos Estados Unidos The New York Times revelar a visita.