A adesão do PT ao bloco de Arthur Lira (PP-AL) na eleição da presidência da Câmara, nesta quarta-feira (1º), provocou um racha no partido e fez com que seus integrantes criticassem a articulação feita para atrair aliados. A avaliação é que, embora tenha aumentado de tamanho, o PT garantiu na Mesa Diretora da Casa apenas a 2ª secretaria, cargo que já tinha sob Jair Bolsonaro (PL).
Petistas anteveem ainda que a falta de coordenação política do governo na montagem de sua base de apoio na Câmara tende a resultar em superpoderes para Lira. Ele havia se enfraquecido com o fim do orçamento secreto e, agora, com a montagem de uma base própria de apoiadores na Câmara, Lira poderá exigir do governo ter de volta acesso ao Orçamento federal.
“Foi um erro grave na condução da articulação política do governo, ao invés de tentar montar um bloco majoritário governista, optar por fazer um bloco com o PL depois de 8 de janeiro e abrindo mão de espaços”, diz Lindbergh Farias (PT-RJ).
Lindbergh também criticou que o PT apoia o Republicanos para a eleição ao TCU, sendo que o partido, por sua vez, joga contra Rodrigo Pacheco no Senado (PSD-MG).
Vice-líder do governo, o deputado Rubens Jr. (PT-MA) afirma que os espaços do PT na Mesa representam um “acordo possível”. “Se fosse pela proporcionalidade, o PL teria direito à primeira pedida (das comissões). Perde um pouco de um lado, mas ganha em governabilidade.”
Possível candidato do PL à Mesa Diretora, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) pediu apoio do PT na votação. Sóstenes procurou a candidata do partido, Maria do Rosário (PT-RS), para dizer que espera “reciprocidade”.
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