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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

PT tem de mudar por dentro para ter sucesso em 2026, diz sobrinho de Dilma, vereador eleito

Com forte presença nas redes sociais, Pedro Rousseff afirma que partido precisa abandonar discurso identitário e renovar suas lideranças; veja entrevista

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Foto do author Eduardo Gayer

Eleito vereador de Belo Horizonte com a maior votação da história do PT de Minas, Pedro Rousseff tem um diagnóstico para a perda de tração da esquerda na disputa municipal. Para o administrador de empresas, o PT precisa abandonar o discurso identitário, focar na pauta econômica e renovar suas lideranças, ou não chegará forte para as eleições presidenciais de 2026.

“Temos de mudar o PT por dentro. Não adianta adotar o discurso de renovação se os novos quadros não fazem parte das decisões do partido. O PT, para crescer, tem que renovar. Os quadros mais antigos têm que dar espaço para as novas lideranças. É um movimento que eu, como vereador, vou batalhar dentro do partido”, afirmou Pedro Rousseff à Coluna do Estadão.

Dilma e Pedro Rousseff Foto: Reprodução/Redes sociais

Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Ser sobrinho-neto da ex-presidente Dilma fez diferença na sua eleição?

O apoio dela e o sobrenome refletiram em muitos votos. A Dilminha é minha principal conselheira política. Ouvi muitos comentários de que a nossa eleição é como uma reviravolta a tudo que fizeram com ela [Dilma]. É como se as contas estivessem sendo pagas em parte, porque uma eleição para vereador não paga o que fizeram com ela.

O PT obteve um desempenho frustrante para muitos militantes nas essas eleições municipais. Qual foi o segredo da sua grande votação?

Eu tenho 24 anos, uma política diferente do PT nas redes sociais e o apoio da Dilminha. É o que ela sempre fala comigo: o PT precisa renovar ou morre. O PT teve alguma renovação nessas eleições, mas mesmo assim foi um desafio grande, porque não conseguiu renovar no Brasil inteiro e perdemos espaço por isso. E alguns no PT têm um discurso que não tem mais apelo.

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O candidato Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, percebeu isso e até lançou uma “Carta ao povo paulistano”...

O Boulos está tentando fazer esse movimento na reta final. Sair do discurso identitário que prevaleceu na esquerda nos últimos anos. A nossa eleição foi muito no sentido contrário, de voltar às pautas que importam para o povo: emprego, renda, empreendedorismo social, cuidar de quem mais precisa e fazer o embate com a extrema direita. Precisamos abandonar o discurso identitário.

O PT terá de fazer mais alianças com o centro?

Para 2026, com certeza. Temos de ter uma grande aliança com o campo democrático. O PT não vai eleger presidente sozinho. Para termos sucesso em 2026, a política dentro do PT tem que mudar. Temos que mudar o PT por dentro. Não adianta adotar discurso de renovação se os novos quadros não fazem parte das decisões do partido. O PT, para crescer, tem que renovar. Os quadros mais antigos têm que dar espaço para as novas lideranças. É um movimento que eu, agora, como vereador, vou batalhar dentro do partido.

Muitos petistas dizem que o partido errou ao lançar candidatura própria em Belo Horizonte e não ter apoiado a reeleição de Fuad Noman (PSD) no primeiro turno. O senhor está nesse time?

Eu sou do time que respeita as decisões do presidente Lula. Ele não colocou nenhuma pontuação para nós em relação a apoiar o Fuad. Então, o diretório municipal decidiu por ter candidatura própria.

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