Expoentes do PT decidiram centralizar no líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a culpa pela derrota com “D” maiúsculo imposta nesta terça-feira, 28, ao Palácio do Planalto. Em verdadeiro clima de desânimo, culpam o senador pela desarticulação que levou à derrubada, pelo Congresso, do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à saidinha dos presos.
A manutenção do veto era descrita como “questão de honra” para o governo — que apostou alto ao usar essa retórica para pressionar deputados e senadores, mas viu a tática naufragar.
Randolfe, porém, não pretende assumir todo o ônus. Em conversas reservadas após a sessão do Congresso, ele desabafou que até parlamentares do PT votaram para derrubar o veto, sem “colocar a cara a tapa” no apoio ao presidente em uma medida impopular.
Na oposição, as críticas a Randolfe são públicas, embora encontrem eco inclusive dentro da legenda do presidente Lula. “Um líder do governo que não tem nem partido. Esperar o quê?”, questionou o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RS).
Randolfe desfiliou-se da Rede Sustentabilidade há um ano e está sem partido desde então. Em dezembro do ano passado, anunciou que iria para o PT, mas até hoje não assinou a ficha de filiação. Ele está à espera de uma brecha na agenda de Lula para marcar sua volta ao partido com pompa e circunstância.
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