O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi à sede do PL nesta terça-feira (04), para pedir apoio do partido por mudanças no texto da reforma tributária. Nunes fez questão de se encontrar pessoalmente com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
“Não somos contra reformar o sistema tributário, mas somos contra aumento de impostos para a população e o comprometimento da capacidade dos municípios de proverem serviços básicos à sua população”, respondeu Nunes à Coluna, perguntado se havia consonância nas críticas dos três ao atual texto da reforma.
No encontro, ele entregou a Bolsonaro e Valdemar um estudo da Central brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), com análise sobre o impacto da reforma para o setor.
O prefeito ressaltou que já esteve com o coordenador da bancada do Estado de São Paulo, o deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL), e que o entendimento foi de que “o texto é ruim”.
POLÍTICA - Apesar de a pauta do dia ser econômica, o gesto gera mais aproximação entre Ricardo Nunes e o PL. O movimento é considerado relevante politicamente devido às tratativas dos partidos para a composição de chapa para as eleições de 2024.
O PL tem se aproximado de Nunes e o avalia como eventual candidato com apoio da sigla. Recentemente, o ex-ministro e atual deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), abriu mão de disputar eventualmente a prefeitura de São Paulo. Ele não contava com a simpatia de Costa Neto para a disputa e tinha ficado sem apoio explícito de Bolsonaro.
A cúpula do PL avalia que é mais fácil disputar contra a frente de esquerda que deve ser formada em torno do deputado Guilherme Boulos (PSOL) com alguém mais ao centro do que ao grupo radical da direita.
Internamente, o PL avalia o potencial de crescimento de Nunes. Mas também não apresenta rejeição. Um fato é que Nunes já conta com o mesmo marqueteiro da campanha de Bolsonaro de 2022 para tentar impulsionar sua popularidade.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.