A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) decidiu acionar a Corregedoria da Câmara após o deputado Ricardo Salles (PL-SP) defender o golpe de 1964, durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga a ação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
“O golpe de 1964 impôs uma ditadura que perseguiu, torturou e assassinou opositores. Ela, inclusive, fechou o Parlamento do qual Salles hoje é membro. A Câmara não é palco para apologia aos horrores da ditadura e o deputado deve responder por isso”, disse Sâmia à Coluna.
O PT também estuda uma reação a Salles, mas ainda não decidiu se vai representá-lo na Corregedoria ou no Conselho de Ética.
Ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro, Salles, que é relator da CPI, afirmou ontem que o golpe militar foi uma “boa medida” e “parou o avanço do movimento comunista”. As falas geraram revolta em parlamentares da base do governo Lula, presentes à sessão do colegiado.
Salles defendeu o golpe de 1964 durante o depoimento do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O deputado perguntou se o militar considerava o golpe de 1964 uma revolução, como parte das Forças Armadas. G.Dias evitou responder e disse que o tema não era pertinente à CPI do MST.
Após os elogios de Salles ao golpe de 1964, Sâmia chamou o deputado de “covarde” e “golpista”. Os dois colecionam bate-bocas na CPI do MST. O bolsonarista já chegou a dizer que a deputada “explora a pobreza” para se eleger.
Como mostrou a Coluna, durante o recesso, Sâmia protocolou representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação de e do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS).
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