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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

São Paulo terá 1ª planta industrial de combustível sustentável de aviação feito de cana-de-açúcar

O projeto com prazo de três anos prevê investimentos da ordem de 7,8 milhões de euros. A produção esperada é de cerca de 750 litros/dia de SAF, a partir de 2025, que pode ser misturado com o combustível fóssil querosene de aviação (QAV)

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Atualização:

São Paulo terá a primeira planta industrial para produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de biogás de resíduos de biomassa do setor sucroenergético. A base deve ser instalada em Elias Fausto, a 45 Km de Campinas.

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De acordo com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e logística, Natália Resende, o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha firmou parceria com a empresa Geo Bio Gas & Carbon, que vai executar o projeto. “A iniciativa está em linha com a estratégia climática do Estado, que tem metas ambiciosas para a redução de emissões de gases de efeito estufa”, afirmou à Coluna do Estadão.

O projeto com prazo de três anos prevê investimentos da ordem de 7,8 milhões de euros, dos quais 1,5 milhões serão recursos públicos da Alemanha. O projeto também tem parceria com a Copersucar, que informa que valores ainda podem ser ajustados, assim como a decisão final sobre o local.

A produção esperada é de cerca de 750 litros/dia de SAF, a partir de 2025, que pode ser misturado com o combustível fóssil querosene de aviação (QAV).

Aviões movidos a hidrogênio usados pela Airbus para estudar rastro deixado pelo combustível no ar Foto: Armistead Sapp / Airbus / Divulgação

O SAF é um biocombustível que pode ser produzido a partir de óleos vegetais (de cana-de-açúcar, milho ou palma, por exemplo), gorduras animais (como o sebo bovino) e até óleo de cozinha usado. Ele emite de 60% a 80% menos carbono do que o querosene de aviação (QAV) usado hoje e é tido como a principal ferramenta para as companhias aéreas atingirem a meta com a qual se comprometeram de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

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De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), o SAF será responsável por 65% da redução de emissão de carbono do setor dentro desse prazo, enquanto novas tecnologias (como aeronaves elétricas e a hidrogênio) por 13%; melhorias em operação e infraestrutura por 3%; e captura de carbono por 19%.

A grande aposta no Brasil no mercado de SAF surgiu a partir de um estudo realizado pela consultoria Agroicone e pela organização Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB) que aponta que o País teria capacidade de produzir mais combustível do que consome usando apenas cinco matérias-primas: resíduos da cana, resíduos de eucalipto, sebo bovino, gás liberado no refino de aço e óleo de cozinha usado. O Brasil hoje consome 7,5 bilhões de litros por ano de querosene de aviação. Com essas matérias-primas, poderia produzir 8,4 bilhões de litros – só os resíduos de cana seriam responsáveis por 77% desse total.

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