A internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma cirurgia de emergência e as dúvidas sobre seu estado de saúde colocaram ainda mais peso na escolha do sucessor de Gleisi Hoffmann no comando do PT. Com a possibilidade de Lula ficar cada vez mais afastado da política, o novo dirigente nacional do partido terá de ser alguém de sua extrema confiança. O principal desafio será conduzir o processo eleitoral de 2026, que conta com uma incerteza: Lula será candidato à reeleição ou abrirá caminho para um substituto, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad?
Na avaliação de interlocutores do chefe do Palácio do Planalto ouvidos pela Coluna do Estadão, quem reuniria as melhores condições de ocupar o cargo nesse cenário é o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, já apontado como o favorito do petista. O argumento é de que o presidente da República tem uma relação mais próxima com o prefeito, e quem bate o martelo é ele.
Embora tenha sido criticado por não conseguir eleger a sucessora em Araraquara nas eleições municipais de outubro, Edinho mantém em alta seu capital político junto ao núcleo duro de Lula. Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff, ele tem defendido que a sigla precisa recuperar sua conexão com os trabalhadores.
Edinho evita comentários. E, em público, todos ressaltam que qualquer discussão sobre o tema só será retomada quando o presidente Lula tiver alta. Nos bastidores, entretanto, a sucessão no PT pega fogo. A própria Gleisi prefere um nome alternativo, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE). O consenso entre os distintos grupos petistas é que a disputa ganhou dimensão “do tamanho do oceano”.
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