A pressão de aliados de Ricardo Nunes (MDB) por cargos levou o secretário municipal de Governo, Edson Aparecido, a se firmar como um “escudo” contra desgastes políticos ao prefeito de São Paulo. Aparecido tem centralizado todas as negociações, evitando que partidos e lideranças que compuseram a aliança vitoriosa da reeleição busquem diretamente o prefeito para tratar de espaços de poder na gestão em 2025. Procurado, o secretário não comentou sobre sua função “protetora”.
Em conversa com a Coluna do Estadão, aliados do prefeito negaram tensão nas tratativas com a base de apoio, que está com o prefeito desde o início da campanha. Interlocutores do emedebista descreveram o ambiente como “amistoso”, porque todos já tinham sido informados que “pouquíssimas alterações” devem ocorrer no próximo mandato.
A aliança da candidatura de Ricardo Nunes reuniu 11 partidos. A pressão, apostam, poderá vir de partidos “de fora”, ou seja, que só se juntaram a Nunes no segundo turno, como o PSDB e o Novo.
Nunes tem dito aos aliados que deseja definir a relação final do primeiro escalão apenas em dezembro – momento em que o mapeamento de projetos prioritários para 2025 terá sido finalizado por Aparecido, facilitando a definição do perfil de cada novo secretário.
Segundo apurou a Coluna, a intenção do prefeito é evitar a criação de novas secretarias consideradas “robustas”. A ideia, garantem nos bastidores, seria formar estruturas mais enxutas, como secretarias especiais que configurem prestígio político aos ocupantes, mas sem autonomia orçamentária.
Um exemplo é a possível acomodação do vice-prefeito eleito, Coronel Mello Araújo (PL), em uma secretaria especial, que lhe garanta prestígio e influência mas sem necessariamente aumentar as despesas públicas. “Tem poder político, mas não tem poder orçamentário.”
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