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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Lula tem reunião secreta com senadores e orelha de Lira esquentou

Em reunião fora da agenda, parlamentares do MDB também criticaram articulação política

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Atualização:

A noite da última quarta-feira (24) foi de muita conversa no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um grupo de senadores e a orelha do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), certamente esquentou.

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A reunião não foi registrada na agenda oficial do presidente da República. A explicação está no tema. Lula recebeu conselhos para se aproximar do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como forma de fazer um contraponto à força política de Lira no Congresso. Foi alertado a manter conversas frequentes com Pacheco e a procurar mais o senador, pelo menos a cada 15 dias.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) estavam no encontro, que também contou com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

O Presidente Lula e o o Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Foto: Wilton Junior/Estadão - 18/04/2023

Ganhar a simpatia de Pacheco garantiria a Lula segurar, no Senado, as dores de cabeça criadas pelo Centrão para o governo na Câmara.

Os senadores ressaltaram, por exemplo, que Lira já conseguiu avançar sobre o Salão Azul, e fechar acordos até mesmo com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que mobilizou a bancada para apoiar a escolha do deputado Arthur Maia (União-BA) para a presidência da CPMI do 8 de Janeiro.

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Com três ministros na atual gestão, Alcolumbre também atuou para esvaziar o Ministério de Marina Silva e opera nos bastidores pelo nome de Luís Felipe Salomão para o Supremo Tribunal Federal, mesmo sabendo que Lula prefere o advogado Cristiano Zanin.

Alcolumbre é aliado de primeira hora de Pacheco e a avaliação é que nada do que ele faz ocorre sem aval do mineiro.

O chacoalhão dos senadores já surtiu efeito. No mesmo dia, Lula telefonou para Pacheco e o convidou para uma “carona” de avião até São Paulo. “Se o Lula estava desinformado, agora ele está”, resumiu um dos presentes no encontro.

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