O silêncio do Palácio do Planalto sobre o pedido de prisão expedido pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, sela um “novo momento” da relação entre o Brasil e o Estado judeu, nas palavras de um interlocutor do Executivo.
A mudança é creditada à orientação recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de se distanciar de temas polêmicos, como o conflito entre Israel e Palestina e a ditadura venezuelana. Em fevereiro, as críticas do petista à ação de Israel na Faixa de Gaza, comparando a estratégia militar ao Holocausto, custaram pontos na aprovação de Lula.
De acordo com fontes diplomáticas, o governo federal só deve se pronunciar acerca a ofensiva do TPI sobre Netanyahu, por meio do Itamaraty, após os juízes do tribunal decidirem se acatam ou não o pedido de prisão. A postura cautelosa contrasta com a antiga retórica sobre Netanyahu.
O procurador do TPI pediu a prisão do premiê israelense por cometimento de supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza. Também foram solicitadas as prisões do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e de dois líderes do Hamas, Mohammed Deif, e Ismail Haniyeh. O grupo terrorista assumiu a autoria do atentado em 7 de outubro, que deflagrou o conflito na região.
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