Ex-presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo Orlando Faria tem um foco inicial na coordenação política da campanha de Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura paulistana: atrair o eleitorado de Bruno Covas (morto em 2021). “Vai ter muita gente que era Bruno Covas vindo para a campanha de Tabata. Esse pessoal não vai se enquadrar com (Guilherme) Boulos ou com (Ricardo) Nunes”, afirmou à Coluna do Estadão.
Para Faria, Bruno Covas também não apoiaria hoje o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que era seu vice, porque ele se alinhou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro (juntos) é tudo que com certeza o Bruno não aceitaria. E eu também não”, avaliou.
Na leitura de Orlando Faria, que também foi coordenador político da campanha de Covas, Tabata é quem tem mais perfil e aderência ao programa do PSDB entre os candidatos que estão apresentados e ele vai defender essa aliança institucionalmente. Por isso mesmo, diz que não pretende deixar o ninho tucano.
“A questão da desfiliação do PSDB não está no meu radar. Não pensei nisso. Até porque acredito que se o PSDB não lançar candidato, o melhor caminho será apoiar a candidatura de Tabata”, finalizou.
Tabata tenta conquistar apoio do PSDB desde o ano passado
Foi a própria Tabata quem convidou Orlando Faria para seu time, após ele renunciar ao comando do diretório municipal do PSDB por não concordar com a ideia de candidatura própria no partido para a Prefeitura de São Paulo. Mas, não é de hoje que a deputada tenta aproximação com os tucanos. Em 2023, o PSDB tentou convencê-la a se filiar ao partido. Enquanto a deputada federal trabalhou para ter um vice tucano.
Ricardo Nunes diz que mantém o apoio do PSDB
Nos bastidores do PSDB paulistano, o desentendimento continua e o clima é constrangimento. A legenda integra o governo Ricardo Nunes, afinal tinha a cabeça de chapa na Prefeitura. Mas parte da sigla quer ter candidatura própria. Com isso, rachou e enfrenta um risco de debandada de vereadores, como mostrou a Coluna.
Ricardo Nunes afirmou à Coluna que mantém o apoio dos tucanos. “O PSDB está comigo, todos os oito vereadores (quem tem voto) estão comigo”, ressaltou.
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