Ainda era madrugada desta quarta-feira, logo após as 3h, quando o governador de São Paulo parabenizou Donald Trump pela eleição para presidente dos Estados Unidos. Numa postagem no Instagram, Tarcísio de Freitas (Republicanos) rasgou elogios ao líder da direita norte-americana e tocou em temas que mobilizam os bolsonaristas. O primeiro deles, liberdade de expressão.
“O que esperar (da vitória de Trump)? Mais apreço pela liberdade, sobretudo de expressão”, comentou, ao lado de uma foto do ex-presidente americano com a orelha ferida, logo após sofrer um atentado este ano, e uma bandeira dos Estados Unidos no alto. A imagem ficou famosa no mundo inteiro na campanha presidencial naquele país. “Essa imagem ficou na história. Mostrou força e resiliência. Capacidade de unir grupos, de se reinventar”, afirmou o governador.
Tamanho aceno ao bolsonarismo raiz que vê em Donald Trump um ídolo a ser seguido e copiado, Tarcísio foi até mais rápido que o próprio Jair Bolsonaro na comemoração pelas eleições americanas, e fez a postagem cerca de uma hora antes do seu mentor político.
Foi pelas mãos de Jair Bolsonaro que Tarcísio de Freitas chegou ao governo de São Paulo. Ao longo dos seus dois primeiros anos de gestão, porém, o governador tentou estabelecer uma distância de segurança do discurso da extrema direita, construindo uma imagem de político de centro-direita.
A modulação do tom, entretanto, gera cobranças de que estaria rejeitando o bolsonarismo, que representa grande parte de seu eleitorado. Com a manifestação efusiva em relação a Donald Trump, o político do Republicanos brasileiro afaga esse eleitor.
“A eleição que se anunciava dura, acabou sendo relativamente folgada... muitos ensinamentos ficarão”, destacou em outro trecho da postagem. Tarcísio também disse que é agora deve-se esperar “uma economia mais forte, com menos impostos, uma outra visão acerca da América Latina, uma postura diferente em relação às disputas comerciais”.
Confira a íntegra da postagem de Tarcísio
“Essa imagem ficou na história. Mostrou força e resiliência. Capacidade de unir grupos, de se reinventar. A eleição que se anunciava dura, acabou sendo relativamente folgada. O que esperar? Mais apreço pela liberdade, sobretudo de expressão, uma economia mais forte, com menos impostos, uma outra visão acerca da América Latina, uma postura diferente em relação às disputas comerciais, que podem virar oportunidades para nós se bem lidas e aproveitadas. Muitos ensinamentos ficarão. Parabéns Donald Trump! Muito boa sorte!”
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